Clínica Padma

Filme do mês “Divertidamente” (2015)

No mês das crianças, decidimos abordar um filme e um livro que tratem da relação entre psicologia e infância. Mais especificamente, uma conexão entre os temas ligados a neurociência e seus estudos ligados ao cérebro e o processo de desenvolvimento e educação das crianças. Nesse paralelo, escolhemos o filme Divertidamente (2015) por ilustrar de uma forma lúdica como os processo neuronais ocorrem e estão intimamente relacionados as vivências. No filme, a protagonista, passa por um processo complicado ao lidar com uma mudança de cidade. Até então, as memórias e as emoções estavam relativamente estáveis e davam suporte para que ela pudesse vivenciar as situações boas e intercorrências da vida. Ao se deparar com a situação nova, no plano da vida o que corre é: lidar com o distanciamento e saudades dos amigos, elaborar o luto do lugar de origem carregado de memórias afetivas, readaptação em uma nova cidade, distancia dos pais por estarem ligados a todo o processo exaustivo de mudança. Do ponto de vista neurológico, um rearranjo das estruturas, que parecem por muito um longo tempo do filme como uma completa destruição, para depois de readaptado a nova realidade ter um salto qualitativo, no controle das emoções e na funcionalidade.

Outro ponto importante que o filme retrata é o lugar que cada emoção ocupa nas vidas das crianças. Por mais que desejemos viver somente momentos bons, momentos de felicidade e de alegria, as emoções nos ajudam a lidar com situações adversas e nos protegem de possíveis riscos. Nos permitem reavaliar situações e recalcular rotas.

Por fim, o filme alerta para a necessidade de auxiliarmos nossas crianças na identificação e no manejo das emoções, para que a cada vivência, e a cada emoções possam estabelecer novas conexões que permitam uma vida mais saudável. Nem sempre estar no mesmo lugar pressupõe algo bom, as adversidades da vida nos permitem sairmos mais fortes e isso também se aplica as crianças. Mas não podemos esquecer também, que nesses momentos estamos mais vulneráveis, ai que entra o papel das trocas, do acolhimento e dos afetos.

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